Por Maira Trentin

Uma das coisas mais marcantes da vida acadêmica é que a chance de uma pergunta que você tenha ser respondida com um simples “sim” ou “não” é baixíssima. Muito provavelmente sua professora ou professor vai indicar uma lista completa de referências, teorias e autores que “falem sobre o assunto”, “pesquisem esse fenômeno” ou “problematizem essa questão”.
E aos poucos, você percebe que o que esperam de você, também não é menos que isso. Em minha primeira prova da graduação recebi cinco grandes questões, das quais podia escolher apenas três para responder, fiquei surpresa e achei tranquilo. Mas então percebi que a professora tinha um bloco de folhas sulfite em cima da mesa e disse que estavam à disposição para usarmos quantas folhas quiséssemos. Folhas?! Eu nunca tinha escrito mais que um parágrafo para uma resposta na escola, como fazer uma resposta que precisasse de várias folhas? Quantas eu deveria usar? Duas, três, cinco?!
E então fui percebendo - conforme fazia mais e mais provas - que a medida que temos sobre o que falar, que conhecemos profundamente um assunto, a quantidade de folhas se faz mesmo necessária. Em algum momento o jogo virou: trabalho para sexta-feira, no máximo 15 páginas. 15 páginas!? Como fazer todo o conteúdo caber em apenas 15 páginas?! Talvez se juntar a introdução com a justificativa, compilar a argumentação e fazer uma conclusão bastante breve, dê certo - se a professora desconsiderar a capa e a página de referências no cálculo das páginas.
O fato é que quanto mais conhecemos sobre um assunto, quanto mais sentido e significado aquilo tem para nós, mais prazer temos em pensar e falar sobre a temática. Faça o teste! Escolha um assunto que você goste, pesquise bastante sobre ele, reúna tudo o que souber e registre em texto. Verá que com prazer a caneta correrá no papel - ou os dedos no teclado - e rapidamente você estará na página 243 sem ter percebido! Nos vemos - lemos - semana que vem. Boa escrita!

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