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Ajuda aos universitários

Foto do escritor: Portal Entre ElasPortal Entre Elas

Por Maira Trentin




Lembro de quando pequena ver na televisão (e depois em um moderno jogo de computador, em idos dos anos 2000), o jargão “pedir ajuda aos universitários”. O contexto era uma competição em que os participantes tinham que responder perguntas de conhecimentos gerais, e durante todo o jogo tinham a possibilidade de pedir uma ou duas vezes auxílio a estudantes universitários. Era um auxílio precioso para responder perguntas difíceis, que o participante guardava para o momento mais crítico do jogo… e frequentemente, o que acontecia?! O tão famigerado universitário errava a resposta!


Eu endossava as vaias da plateia, sentada do meu sofá de casa, e nunca entendi como que um universitário poderia não saber de alguma coisa. Afinal, ele estava na faculdade. E então entrei na faculdade. Não demorou uma semana, e eu entendi. Sabe a sensação de estar nos corredores do supermercado e saber onde está cada produto? Essa é organização mental de alguém que está prestando vestibular, todo o conteúdo na superfície, raso, mas à disposição. E sabe aquela porta mágica que dá acesso restrito aos funcionários ao estoque? Isso é entrar na faculdade.


Não temos ideia do que tem lá dentro, parece que poucas pessoas “voltam” daquele mundo para contar. Os vestibulandos passam meses intensos da sua vida se preparando para realizar uma prova e não fazem ideia do quanto seu cotidiano e sua relação com o mundo e com o conhecimento irão mudar se o resultado da avaliação for positivo. E então quando chegam na faculdade tudo se complexifica, se especifica, aprofunda… Provavelmente nessa hora se perceba que o curso que escolheu não era exatamente o que pensava, mas sobre isso escreverei em outra oportunidade.


Em pé, parada em meio a corredores e mais corredores de livros em uma biblioteca você percebe que quatro ou cinco anos de estudos, respondendo pelo título “estudante Universitária”, não fará de você mais que um pequeno peixinho em um oceano gigante. Talvez o momento de vida destes estudantes seja o de reconhecer exatamente isso: quem afirma conhecer a resposta para todas as coisas que conhece, provavelmente conhece poucas coisas.


Uma chave de resposta para entendermos o porque um universitário pouco poderia ajudar nas perguntas de conhecimentos gerais são dois grandes motivos: primeiro, as áreas do conhecimento acabam sendo bastante específicas e provavelmente um estudante de uma área saberá responder somente sobre questões relacionadas às temáticas que sua área estuda. E segundo, os anos de graduação são apenas uma pequena porta, uma linha de partida de quem quer mergulhar no conhecimento acadêmico. Por isso, não fique mais brava com os erros nas respostas do programa, muitas vezes você saberia muito mais sobre um determinado assunto do que eles! Um abraço aqui do Mundo da Ciência, nos vemos - lemos - semana que vem!


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